E o que pensa um americano da música Brasileira?

Eu sempre tive um preconceito muito grande com norte-americanos, afinal, eles dão motivo para isso. Entretanto me surpreendi enquanto conversava com uma vocalista chilena naturalizada estado-unidense.

...Meses atrás eu conversava com a vocalista de um projeto chamado "Indigo Dying", para um projeto meu que eu mantenho à parte e posteriormente falarei sobre ele aqui no blog. Ela, que tem em seu curriculum trabalhos com diversos artistas no nível de Enrique Iglesias, Aretha Franklin e até Michael Kiske, deu um show de humildade. Para eu que não estava acostumado a isso (visto os estadounidenses que eu conheço) fiquei até espantado.

Você pode me dizer: "Ah, ela não é Americana, ela é Chilena". Eu já considerei isso, mas sempre vejo um pingo de arrogância em diversos - sério mesmo - diversos músicos (independente da nacionalidade) quando pedimos uma entrevista, com ela não.

Sei que músicos tem agenda cheia, sei também que conceder uma entrevista é um processo doloroso, afinal, tocar guitarra ou segurar o microfone deve ser responsável por várias bursites existentes, ou então responsável por muitos calos no dedo que impedem de responder um e-mail, por isso não entrarei nesse mérito. Por enquanto. (Favor, entendam isso na brincadeira. Não levem a mal, eu REALMENTE entendo o trabalho que alguns músicos têm, as dificuldades do cenário e tudo mais).

Eu, como todos, pensava que o resto do mundo via o Brasil como o país da foda, do futebol e do samba. Quem nunca entrou no Omegle.com e disse que era Brasileiro já esperando o outro quittar? Pois é.

Então, conversar com uma americana que está no meio acadêmico dando aula de canto e mantêm um grande número de trabalhos de estúdio foi para mim o suficiente pra ter a seguinte epifania: "Ei, caramba, eles não conhecem só as nossas merdas". Quando começamos a conversar sobre o contato dela com a música brasileira e o que ela conhecia, a resposta foi mais do que imediata (tradução livre):

"Eu adoro a música de vocês! Vocês são muito bons. Não estou por dentro das novas bandas ou dos novos músicos, mas o que eu conheço é brilhante. Posso citar o mestre Tom Jobim, Gal Costa, Maria Bethania entre outros de uma coletânea de diversos artistas que eu escuto enquanto dirijo o meu carro. É um cd duplo, várias bandas e vários cantores. São excelentes!"

Ler isso me fez quebrar um esteriótipo que eu mantinha em minha mente sobre nossos vizinhos de cima. É óbvio que esse não é o pensamento geral, mas é muito bom ver que tem gente que conhece minimamente nossa música e não nos rotulam como selvagem/inferior sem nos conhecermos.

Espero um dia conseguir um grande espaço amostral para poder pesquisar com afinco o que americanos sabem ou conhecem como nossa música.