Pizzicato Store

All the world will look at me... And hold his breath too hear my speech

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A receita de dez mil horas de treino para se tornar um gênio

"Uma pesquisa nos EUA, que acompanhou a trajetória de vida de crianças com os mais altos QIs de uma geração, mostrou que eles não se deram melhor que o resto. A maioria das pessoas de sucesso tem QI na média da população da sua geração. Mas talvez realmente existam casos reais de genialidade inerente. A grande variabilidade cognitiva humana permite essa possibilidade. Mas para a grande maioria dos casos, a minha conclusão é simples: aqueles classificados de “gênios” não têm um talento natural, mas uma paixão obsessiva pelo que fazem. A paixão sozinha não vai garantir o sucesso, mas é o primeiro passo. Sem esse amor incondicional por uma atividade, você jamais será classificado como genial." (O parágrafo que abre o texto foi escrito no blog do Alysson Muotri.)



O que seria do Lennon e do McCartney se não tivessem suas dez mil horas horas tocando no strip club em Hamburgo nos anos 60? E Mozart? Só tocava música dos outros aos 13 anos. Aos 17 era considerado bom, mas só depois dos 23 é que virou um virtuose. Durante os treinos, acumulou as dez mil horas necessárias para o salto qualitativo. Aquiles Priester, o gigante brasileiro da bateria, disse em uma entrevista que chegava a praticar mais de 10 horas por dia... notável o empenho deles, não?



Mas não adianta só ter a paixão pelo que faz e as dez mil horas de treino. Há também a vantagem inicial e o oportunismo. Como cita Malcolm Gladwell em seu livro chamado "Outliers" (Fora de Série, em Português): Bill Gates não teria chegado onde chegou se não tivesse acesso a um dos únicos computadores que permitiam programação direta.

É perceptível que vantagem inicial, oportunismo e as dez mil horas de treino não garantem que você se torne um Rock Star. Há também a paixão pelo assunto que se mostra como obrigatória. Também é necessário a persistência para correr atrás...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Project46, Ravenland e Paulo Schroeber entre outros disponibilizando álbum para download


É muito legal ver que artistas andam percebendo a mudança de paradigma no que se refere à internet. Já é considerado normal postar os video clips no youtube e no myspace, agora, muitos deles colocam direto pra download nos seus próprios sites, junto a um link de 'Compre na Loja X'. Acredito que muitos já perceberam que o trabalho de estúdio virou como um cartão de visita para as bandas. Algo para incrementar um curriculum que será usado na hora de ser convidado para shows, eventos, etc.

Não é difícil de notar que as vendas de cds caíram consideravelmente de uns tempos para cá, devido ao compartilhamento de arquivo na internet e ao iTunes (que eu já expliquei aqui o motivo d'eu não comprar lá). Note o uso do termo "compartilhamento" ao invés de "contrabando". As grandes indústrias gostam de usar "contrabando" pois "contrabando" é uma palavra feia. Já compartilhamento é uma palavra muito bonita e por isso não cabe pra elas. Traficantes contrabandeiam, Jesus compartilha.. etc.

Por isso é muito legal ver que os músicos estão disponibilizando os álbuns em suas páginas. Acho que todo mundo concorda que é ótimo conhecer algo antes de comprar. Bem como é legal ver a atenção dos músicos com esse novo modelo que está se formando na internet frente ao compartilhamento de arquivos.

Separei alguns deles que eu gosto para falar sobre:

Paulo Schroeber (Almah, Astafix) além de disponibilizar o seu novo disco solo, intitulado Freak Songs, disponibilizou também video aulas e tablaturas do disco Fragile Equality, do Almah. 



A banda de hardcore Project46 disponibilizou no site o seu último album para download, o Doa a quem doer. Na mesma página você pode conferir onde comprar a mídia física.

Outra banda que marca presença com conteúdo gratuito na web é a Ravenland (que já citamos em outra oportunidade). Na aba downloads do site estão diversos álbuns e video clips...



Agora vamos deixar de comer um lanche no McDonalds e ajudar comprando o cd que você tenha gostado né? Fazer por merecer todo esse conteúdo saindo gratuitamente. :)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Como revistas criam listas de '100 melhores'?

O que mais tem na internet é listas de "100 melhores", seja sobre vocalistas, guitarristas, albuns, tecladistas, livros, filmes... Não, sobre baixista eu nunca vi nenhuma, mas deve existir =)

A bola da vez foi a Revista Rolling Stone, que, depois de uma capa com o Jô Soares e outra com a Carolina Dieckman, colocou uma capa com o Hendrix e a matéria "Os 100 maiores guitarristas de todos os tempos".

Não vou me focar para falar sobre a lista. Todos nós acompanhamos essas listas sabem a piada que elas geralmente são. Mas vamos aos absurdos:

Santana em 20º? Santana pra mim é como o Ronaldinho Gaúcho do futebol, já foi alguém muito grande e atualmente vive de mídia. Provável que ele tenha entrado pelo sistema de cotas para latinos. Johnny Ramone em 28º e Ry Cooder em 31º? Sem comentários. Kurt Cobain em 73º? Isso é lista de maiores mesmo? Do tipo: Sinônimos de mais altos? Lou Reed 81, Joe Perry 84, James Hetfield 87, Paul Simon (?) 93, Bruce Springsteen em 96? Sério, Sério?

Como que KURT COBAIN aparece numa lista dos maiores guitarristas e não há referências a Steve Vai, Yngwie Malmsteen, e tantos outros caras realmente bons? Chimbinha toca melhor que Kurt Cobain.

Sabendo disso, dá para tentar compreender entre duas maneiras, o processo de escolha das listas pelos Editores da Revista:

1º- Colocar os nomes dentro de uma sacola, embaralhar, tirar um por um e chamar alguém famoso para escrever um texto bonito e justificando o motivo dele estar naquela posição.

2º- Mamãe Mandou/ Uni-duni-tê o escolhido foi você.

O de todo sempre pré/pós Oscar

Eu tenho um amor incrível ao Oscar desde quando eu comecei a usar redes sociais. Todo ano eu sigo meticulosamente os acontecimentos.... não, você não entendeu. Eu não assisto, só leio os comentários.

Meu problema não é com você escolher os seus preferidos e torcer por eles. Meu problema é, sem dúvida, você achar que algo que VOCÊ acha bom e ou gosta, é bom suficiente para uma pessoa que trabalha por tantos anos como crítico. Para mim é uma situação igual a colocar o Chimbinha para dar aulas ao Edu Ardanuy, Pepeu Gomes, Rafael Bittencourt, Kiko Loureiro.... etc.



Existe injustiças? Claro. Para sair do exemplo de música/cinema, podemos pegar a Academia Brasileira de Letras, que não colocou como imortais os escritores: Lima Barreto, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes. ENTRETANTO, José Sarney (ex-presidente), Ivo Pitanguy (cirurgião plástico), Assis Chateaubriand (rico) Roberto Marinho (Imperador de Terra Brasilis) e Paulo  Coelho foram escolhidos.


E por favor... isso é só um desabafo de um cara que gosta de cinema, não se acha digno de fazer comentários contra a academia e viu um sujeito que gosta de Michel Teló criticando as escolhas.


... e mais inocência ainda é achar que algo realmente bom tem que ganhar, e que não rola nenhum dinheiro por trás das cortinas...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tito Falaschi lança projeto com versões acústicas do Iron Maiden

Rodrigo 'Tito' Falaschi é um músico que não precisa de apresentação.

É um nome forte no cenário do Heavy Metal desde o início do Symbols em 1998, onde era responsável pelo Baixo e dividia o vocal com seu irmão. Atual produtor no Lumen Studios; é responsável por alguns trabalhos com bandas brasileiras podendo citar o Wizards, Krusader e o Angra.



Tito anunciou recentemente que está lançando um projeto com o Sergio Faga (Vocalista, Children Of The Beast) fazendo versões acústicas das músicas do Iron Maiden que podem ser conferidas no Soundcloud pelo link:
http://soundcloud.com/titofalaschimusic

Até agora temos Aces High, Wasted Years, Flight of Icarus e a promessa de um disco em breve...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Problemas de Interpretação & Conceitos de "Satã" no Black Metal

Por favor, se você é um extremista religioso realmente aconselho a não ler esse texto por utilizar algo que provavelmente possa te ofender, e isso não é minha intenção. Entretanto, se você tem uma cabeça um pouco mais aberta e quiser discutir racionalmente qualquer coisa aqui postada, será muito bem vindo.

"Eu desaprovo o que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo."

O problema de ter amigos no Facebook - ou em qualquer outra rede social - que não te conhecem relativamente bem é que isso gera uma deficiência neles em entender algum comentário seu, por não poder atribuir a esses comentários um conhecimento prévio sobre sua personalidade, linha de pensamento e etc.

Falando em palavras mais claras: Se você faz um comentário "polêmico" vai aparecer alguém querendo discutir; e essa pessoa talvez nem saiba o motivo pelo qual aquilo está ali. Geralmente, quando você posta algo, você quer que seus amigos leiam, fiquem sabendo determinada coisa, mas qual seria o motivo?

Então, é isso o que eu falo sobre conhecimento prévio. Se você sabe de início que a pessoa é evangélica e ela posta alguma notícia dizendo sobre o "Trízimo", ela provavelmente está querendo informar aos outros fiéis que nos meses de Dezembro você deve doar 30% do que ganhar para igreja. E em outro extremo, se você por acaso está vendo um Ateu postar isso: ele, obviamente, está tirando sarro. Mesmo que ele faça parecer sério. Isso, então, é conhecimento prévio.

Já avisando: Eu não tenho nada contra com o que você faz com o seu dinheiro, ou se você acredita em alguma instituição religiosa. Sei que existem instituições sérias que trabalham bem com o valor recebido pelo dízimo. Bem sei também que existem as que simplesmente lavam o dinheiro.

Comecei a falar sobre isso como pretexto para falar sobre algo que postei hoje, no meu perfil pessoal do Facebook e não na página do Prelude to Oblivion, e gerou certa confusão. Uma atualização de status com uma citação do Gaahl (Ex-Gorgoroth e ex God Seed) com a seguinte citação:


‎"Temos de limpar todos os traços das raízes cristãs e semitas neste mundo. Satanismo é liberdade individual para crescer e se tornar um Super-Homem. Cada homem que nasceu para ser um rei deve ser um rei. Cada homem que nasceu para ser um escravo não conhece Satan."

Gaahl é tenso... muito tenso...


Apesar do log estar parecendo o Mercadão de Madureira na Volta às Aulas, ou então a Avenida Paulista em dia de Parada Gay, a conversa estava correndo na boa.. Eu, um ateu, um crente e até um evangélico que nem era meu amigo entendeu o que eu quis passar e estava discutindo na boa, afinal, meu perfil é aberto para quem quiser se manifestar...

E tudo estava tranquilo até alguém aparecer por Inbox comigo para criticar a postagem e atribuir conceitos católicos à Satã e satanismo para menosprezar o Gaahl e ou a crença dele e a mim por ter divulgado. 

Eu realmente não posso respeitar um cara como o Gaahl quando diz que Igrejas merecem ser queimadas, por motivos óbvios que não necessitam ser explicados. Mas também não posso entender os conceitos dele com perfeição já que é uma realidade completamente diferente para mim. E como eu vou julgar isso? Eu não sei o que se passa nas 'disputas de poder Cristãos&Cia x Pagãos' na Noruega. Para alguém ter um ponto de vista radical assim, pouca coisa não é. (Usei o termo Pagão ao invés de Satanista por achar Satanista um termo pejorativo e erroneamente encaixado)

Para explicar melhor essa noção de atribuir conceitos a algo que não faz parte da nossa realidade, eu tinha um professor que um dia me mostrou um livro chamado "Guerra e Paz no Oriente Médio". Lá ele explicava que era comum "O Mundo Ocidental" atribuir a Xiita e Sunita o termo de "Extremista e Não-Extremista" respectivamente. É mais fácil para nós compreendermos isso do que compreender diferentes conceitos fundamentalistas, não-fundamentalistas e diversos outras vertentes dentro da religião Islâmica.

Então fica a dica: Não atribua conceitos pré-formulados por alguma pessoa ou alguma instituição a uma realidade que não é dela. Satã para a Igreja Católica pode ser o Guardião do Inferno. Para o Gaahl pode ser a liberdade pessoal e a vontade de "sair da escravidão".

(Nesse post preferi me prender à conceituação do que tentar entrar na história do Black Metal, apesar de ter lido material suficiente, eu não acho que tenho um conhecimento completo para tentar abordar. Se alguém quiser fazê-lo, fique a vontade.) 

Whiplash.net & Varg Vikernes: O problema com rótulos

"Todo mundo acredita em um Jornalista"  - Varg Vikernes


Qualquer um concorda que rotulação não é algo agradável (apesar de ser costumeiro o uso). É tentar descaracterizar algum pensamento que poderia muito bem ser válido por antemão, apenas por um rótulo de uma convenção social que alguém impôs há algum tempo. É pensar que se uma pessoa é pobre, ela não pode te ensinar nada. É pensar que se uma pessoa trabalha com política ela é desonesta (cof cof). É pensar que se uma pessoa não acredita no seu Deus, ela é Satanista ou algo assim... Afinal, nós andamos de preto por adorarmos Satã, né? Ao menos é o que a "tia da cantina" me disse uma vez....

Toda vez que eu olho uma matéria sobre o músico do Burzum e escritor, Varg Vikernes, no site da Whiplash eu me deparo com a seguinte headline:
NOTA IMPORTANTE: Esta é uma tradução de texto publicado no site  oficial do Burzum, redigido pelo próprio Varg Vikernes. Varg é um assassino confesso, defensor da supremacia branca e possivelmente um incendiador de igrejas. O texto foi traduzido em sua totalidade, e não expressa a opinião do tradutor, nem do site Whiplash!, nem de nenhum outro senão a do próprio autor, Varg Vikernes.


Exatamente assim. Caixa alta, negrito, tudo e qualquer coisa para chamar atenção. É perceptível que isso é propositalmente feito, pois caso contrário, eles poderiam colocar apenas como colocam em todas as outras matérias envolvendo assunto polêmico de todos os outros músicos, e ficaria algo assim:
O texto foi traduzido em sua totalidade, e não expressa a opinião do tradutor, nem do site Whiplash!, nem de nenhum outro senão a do próprio autor.
 É perceptível a diferença que o discurso original faz quanto à pessoa do Varg, não? Já cria por antecipação a ideia que o Vikernes é um monstro, satanista, assassino e merece apodrecer na cadeia. Bem como transfere isso para a música dele. O melhor exemplo que eu consigo pensar é ilustrado pelo filme "Detroit Rock City". Mostra uma mãe super-conservadora julgando o Kiss pela roupa, maquiagem etc. Só que nesse caso, não é um filme nem uma mãe conservadora... é um grande site, as vezes escritos por jornalistas formados e cometem um erro cabal de deixar algo assim acontecer.

"Todo mundo acredita em um Jornalista", e a versão que aparece nessa headline, em caixa alta, letras em negrito, é a versão de um. Entretanto, não condiz com diversos testemunhos de outros músicos do cenário, que estavam ligados aos casos na época. Você pode perder 10 minutos no site do Burzum lendo os textos do Vikernes sobre o assunto ou então assistindo o pequeno documentário Dunkelheit, que tem inclusive o testemunho de outro músico, Anders "Neddo" Odden, Ex-cadaver.

Por qual motivo, então, eu defendo Varg? Ele não incendiou mesmo as igrejas, ou não matou o Øystein Aarseth, vulgo Euronymous?

Já nos 15 primeiros segundos do documentário, leva a voz do Varg dizendo:
My name is Varg Vikernes and I play in Burzum. The guy I killed, intended to kill me. So i killed him before he managed to kill me. He tried but he failed miserably.
Em tradução livre: Meu nome é Varg Vikernes e eu toco no Burzum. O cara que eu matei pretendia me matar. Então eu matei ele antes dele tentar me matar. Ele tentou mas falhou miseravelmente. 


Só isso, ao meu ver, já seria o suficiente para criar ao menos um questionamento e não julgá-lo por antemão.
Eu não vou citar tudo aqui, basta dizer que Varg nunca admitiu que fosse um assassinato premeditado e sim por legítima defesa. E quanto as igrejas, nunca houve nenhuma evidência nelas, apenas testemunhos dos mesmos caras em 4 diferentes julgamentos. Todos eles eram amigos do Euronymous. Em todos Varg perdeu, bem como, repetitivamente Varg pediu que não colocasse que ele acreditava em "Satã", com o argumento: "Não acredito nem em "Deus" nem em "Satã"", mas ainda assim a Juíza o fez. Ele se considerava Pagão.



Então, voltando à headline original, por qual motivo colocar aquilo? Não há outro além de aprovar a própria ignorância no assunto, ou então querer rotular o cara de assassino/incendiário/supremacista. E jornalismo ao menos deveria evitar isso. Ou não?

Para mim, colocar uma manchete dessas é o mesmo que, numa matéria sobre o Mustaine (cristão renascido?), colocar a seguinte nota:
NOTA IMPORTANTE: Esta é uma tradução de texto publicado no site  XYZ. Dave Mustaine é um ex-alcóoltra, drogado e agora ainda por cima é um Cristão Renascido!  O texto foi traduzido em sua totalidade, e não expressa a opinião do tradutor, nem do site Whiplash!, nem de nenhum outro senão a do próprio autor, Dave Mustaine.

Se você acha que isso é ridículo, então deve entender que a do Varg também é. 
Vamos para um segundo exemplo com o Gaahl, ex-líder do Gorgoroth, que assumiu um tempo atrás sua homossexualidade: 


NOTA IMPORTANTE: Esta é uma tradução de texto publicado no site  XYZ. Kristian Eivind Espedal "Gaahl" é um possível Satanista, envolvido em casos de violência e recentemente resolveu dizer que é Homossexual, pratica a sodomia! O texto foi traduzido em sua totalidade, e não expressa a opinião do tradutor, nem do site Whiplash!, nem de nenhum outro senão a do próprio autor, Kristian Eivind Espedal .

Triste é que eu não vejo esses... pois se eles existissem, ao menos eu não poderia argumentar que falar do Varg dessa maneira é errado. Mas o Vikernes é o bode expiatório até hoje.

Sobre o assunto do incêndio e o assassinato eu não vou me estender mais, meu ponto original era mostrar o problema com rótulos. Você pode ler o assunto - se tiver interesse - no site do Burzum, ou então assistir o documentário no youtube chamado Dunkelheit, colocarei as referências aqui no final da postagem. O assunto também foi abordado no livro do Ian Christe: Heavy Metal - A História Completa. Depois tire suas próprias conclusões. 





Referências: (1)(2)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Eu sou músico. Não PORRA, eu NÃO tenho outro emprego"

Eu parei tudo o que eu estava fazendo, entre pesquisas e leituras, quando de madrugada eu tomei conhecimento desse vídeo, que dá nome ao título da postagem. Coloco-o aqui abaixo. Por favor, assista com atenção.




Primeiro argumento que vai surgir na mente das pessoas é sobre o jeito como o rapaz do vídeo colocou os argumentos dele, a quantidade de 'palavrões' e tal. Do mesmo jeito que surgiu aqui na última postagem enquanto eu citava o vídeo do Edu Falaschi. Eu acho que eu não preciso citar as diferenças entre ofender e falar palavrão, concordam? Todo mundo aqui já deve ter isso em mente e deve também entender que "falar palavrão é uma coisa feia" apenas por causa de protocolos sociais que existem sabe-se lá desde quando; simplesmente pelo fato de alguém algum dia ter dito que falar "merda, porra e caralho" é feio. Então, não, falar palavrão não denigre a imagem de um músico, ok? Ele não é menos inteligente por isso e ele não argumenta de maneira pior por causa disso. 

Assisti exaustivamente e repetitivamente o vídeo para poder levantar algumas coisas que eu pensei, bem como também li os 405 comentários que estavam no vídeo quando eu comecei a escrever.
"Tenha consciência porra. Músico é profissão. Então para de ser filho da puta e perguntar se eu não trabalho. Não, não trabalho, eu sou um vagabundo. Eu vivo de música eu sou um vagabundo. Meu carro eu comprei por osmose. Pago a conta de luz e de água, vou passear e compro a minha roupa por telepatia. Na verdade eu abasteço a minha moto com doação, tá?"
"O músico não tem valor porque qualquer filho da puta pega um tamborim, sobe no palco e fala que é músico. Porra, como que o filho da puta é músico? Se eu pegar um bisturi e for operar um cara eu vou preso eu vou preso por exercício ilegal da profissão. E como o filho da puta compra um violão sábado, sai pra tocar e fala que é músico?"
Eu acho que é esses músicos da segunda citação que fazem com que aconteça as coisas da primeira citação. A primeira coisa que me veio à cabeça quando eu vi isso, foi pensar no que acontece com a profissão dos fotógrafos. EU estudei piano com professores, EU tinha uma Canon Xsi na época do lançamento dela. EU não digo que eu sou músico e nem digo que eu sou fotógrafo. O problema é que a pessoa compra o violão e/ou uma câmera e já sai por ai se vendendo como um profissional da área, muito estudado e que aceita trabalhar por um engradado de cerveja. É óbvio que o seu Manoel, o dono do boteco, vai preferir colocar esse idiota pra trabalhar do que colocar um músico de verdade. Bem como a mamãe vai preferir pagar 100 reais pra um "Fotógrafo" com todo o seu conhecimento de Sebastião Salgado, do que pagar 400~500 para um Fotógrafo, que fez cursos, participou de workshops e tem um nível superior. A culpa é desse jeitinho brasileiro imbecil... tanto por parte desses parasitas quanto por parte dos pagantes.
"Para quê que serve essa merda da Ordem dos Músicos do Brasil? Para eu ganhar Vip na ExpoMusic? Vou lá, faço uma prova medíocre, tiro essa merda dessa carteirinha, pago a anuidade, pra quê? Eu nunca vi a fiscalização funcionar. Qualquer filho da puta compra um violão de trinta e oito reais e fala que é músico. Ai todo o resto que leva a sério e que tem como profissão, não tem valor. Vamos transformar isso (OMB) numa coisa séria, como eu não sei. Ou então vou parar de pagar. A OAB funciona, Creci funciona, Crea funciona. Porque que essa merda não funciona? Isso é falta de vergonha."
Palmas, palmas. Conheço alguns músicos bons que não tem a carteira da OMB justamente por não funcionar. Não sei como é a prova, não sei quanto é a anuidade e não vou entrar muito no assunto. Mas para estar essa merda que anda por aí, visivelmente tem alguma coisa muito errada com a Ordem. 
"Porra, você conhece a menina, você vai lá na casa dela, ta apaixonado, sou um cara bacana, levo a sério. O pai dela olha para a sua cara e fala: "Você trabalha com quê?".. "Sou musico". E a mãe dela: "Mas você faz o quê durante o dia?".. "Po, eu sou músico, eu vivo da música". O pai dela, não feliz, fala: "Mas você não trabalha?".. Não velho filho da puta eu como a sua filha só. Eu não trabalho não, eu levo ela pra passear com dinheiro da caridade da igreja. Respeita isso como profissão."
Não consigo decidir se isso é comicamente trágico ou tragicamente cômico.
"Se você ver algum filho da puta subindo no palco e não sabe tocar, num deixa. Você vai deixar um cara que não sabe dirigir pilotar o ônibus que você vai andar? Por que o cara pode subir no palco e fazer merda? Pra me foder? Pra foder quem tá fazendo sério? Porra."
Preciso realmente fazer mais algum comentário?


.. Agora vamos para os comentários da platéia:


bom 1º se vc sabe que a coisa é assim, porque não escolheu outra ''profissão'' e 2º ficr muito tempo parado estressa mesmo.. um conselho.. arruma um emprego sei la, fazer algo é sempre bom kkkkkkk
Se fossem só os músicos... Infelizmente, em outras profissões também ocorre isso. Exemplo: sou graduanda em ciências sociais. O que acontece:
1. - Legal...
2. - Ah! Você faz sociologia? (É apenas um dos ramos)
3. - Mas você é tão inteligente, por que não fez ~?
4. - Mas você só estuda?
5. - Mas você não trabalha?
Et cetera.
Brasil não valoriza profissões que investem na cultura/pesquisa. Quando investe, é com pena de gastar, e desnecessariamente burocrático. Boa sorte para nós.
Se eu quiser aprender musica sozinho tenho que tirar a porra da licensa que vai-me roubar anos da minha vida, enquanto sozinho se pode aprender muito? Esse vídeo não presta. Você perdeu tempo da sua profissão a fazer essa merda. 2Pac alguma vez tinha alguma licença pra essa merda? Voce tem esse cartao pa mete-lo no Cu, nao pa nos mostrar que é musico. Filho Da Puta.

@portalmafiacanal Cara, ninguém aqui está criticando quem quem aprender por hobby, mas sim qualquer um que sobe nos palcos sem ter se esforçado para isso, sem estudo, pra pegar menininhas, e que rebaixa a classe, visto pelos comentários ' nossa, aquele cara que tá no palco não toca nada'; qualquer um hj em dia sobe no palco e faz qualquer merda q está bom, e é sobre isso que o video fala...
n estou desmerecendo os musicos! mas q eles temq ter um plano B na vida, isso eh FATO!!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

As ainda atuais declarações do Edu Falaschi

É um assunto que ainda deve estar na cabeça de alguns, bem como se mantêm atual. Na época da postagem  do vídeo saíram diversas pessoas em defesa, outras diversas contras, bem como alguns outros músicos querendo seus 5 minutos de fama e diversos 'trolls'. 

Antes de tudo, tenho um respeito muito grande pelo Edu Falaschi, independentemente de 1 ou 2 declarações imbecis não vai mudar o que eu acho dele como músico. Como quase sempre cito Andre Matos, é perceptível que eu sou fã do cara, mas gosto e respeito alguns albuns do Angra com o Falaschi no vocal. Bem como fico muito contente dele estar fazendo sucesso com o Almah, para que algumas pessoas parem de comentar que ele será a Eterna Sombra do Andre Matos.



O que mais você vai achar na internet são comentários pro/cons desse video. Obviamente cada um interessado em defender 'O que é Seu': seja um músico ou um produtor ou um aleatório...


(Coloquei o vídeo por colocar, os argumentos vou transcrever abaixo.)
A primeira vez que eu vi o vídeo, já nos argumentos iniciais, achei que fosse uma pessoa revoltada pelo fato da mãe não ter deixado ele comer a bala junquinha antes do almoço e começou o chilique.. Isso pela declaração inicial dele: 
"Estou bem decepcionado com a cena metal brasileira porque hoje tive a comprovação que brasileiro é chupa saco, chupa pau, chupa rola mesmo de gringo" (1:38~1:55)
Só isso já é explicável o motivo de toda a polêmica e os fãs terem se revoltado. Mas vamos dar um crédito pro cara. Vamos fingir que ele falou de uma maneira mais calma e mais bonita... ignorar esse primeiro argumento e tratar os outros com algum crédito que ele não conseguiu quando decidiu abrir seu 'manifesto' com gestos obscenos.
"Todas as bandas gringas vem pra cá são shows lotados e as bandas brasileiras são boas pra caralho e vocês não sabem o que vocês estão perdendo. Os caras tem músicas legais, os músicos tocam muito. São profissionais, gastam dinheiro pra caralho para fazer discos bem feitos, pra vocês. Gastam tempo e dedicação pra caralho, pra vocês..." (1:55~2:14)
Eu acho uma matemática simples. Os 'gringos' tocam aqui uma vez por ano? Uma vez a cada dois anos? E não se sabe quando voltará novamente. Enquanto bandas brasileiras supõe-se que deveriam fazer mais shows em seu país. Se Edguy toca aqui uma vez por ano e o Angra toca uma vez por mês em SP e outros eixos, assume-se que o show do Edguy vai ter mais gente e mais gente fará um esforço especial para assistir, enquanto reza para que o Angra apareça em uma cidade próxima à sua.

Acho que também não é burrice considerar o deslocamento de ônibus e gastos com comida, ingresso e hospedagens para 'um fã' que mora no interior (mas esse é apenas o meu caso e o de grande parte do Brasil....) assistir um show em São Paulo (considerando que Vocês e os artistas internacionais raramente param na "Cidade Maravilhosa do Samba"). Eu por exemplo gastaria R$170,00 em passagem de ônibus + R$120,00 de diária.. só ai quase R$300,00 vão embora. Não é um valor que muita gente pode gastar diversas vezes por ano, eu ao menos não posso. E isso ignorando o valor do ingresso e gasto com alimentação. Uma pessoa rica talvez ignore isso, Edu, mas eu não posso me dar esse luxo. Talvez aquela Narcisa da TV.

Acho que já mostrei que para um alguém do interior é difícil ficar assistindo show de bandas nacionais em SP, e se eu quiser gastar esse dinheiro, quero ao menos que seja com um artista que raramente vem e torcer para que a banda nacional que eu quero assistir, toque na minha cidade ou uma perto... já disse, não?

"Gastam tempo e dedicação para caralho" pra gente não. Para eles mesmos. Ou você gostaria de ter seu nome associado a um projeto de merda? Acho que você só produz discos bons, né? E que sejam rentáveis também. Então não existe isso de fazer as coisas pros fãs. Ou faz pelo dinheiro ou pelo próprio ego... aí se for bom, os fãs aparecem. 
Não adianta ficar na internet mandando mensaginha pra mim no facebook: "Edu eu te amo". Ou no twitter: "Edu eu te amo". "Almah é a melhor banda do mundo"/"Hangar é a melhor banda do mundo"/"Shaman...." Não adianta. Tem que comprar o cd. Tem que vir no show, não adianta ficar na internet elogiando. Foda-se seu elogio, não quero seu elogio. Pode ficar ninguém me elogiando na internet em porra de lugar nenhum. (2:14~2:36)

É por isso que eu tenho o meu Angel Cry original aqui e é por isso que quando eu tiver uma grana sobrando, comprarei o Acústico do Hangar. Elogio não dá dinheiro mesmo, mas é por alguém elogiando algum dia o Angra que eu acabei por escutar e gastar uma grana em álbuns.
"Quando tiver show do Almah, Hangar [...] do Andre Matos, como teve o show dele aqui com a sua banda nova. O Andre Matos, para quem pensa que eu tenho raiva dele, não tenho nada contra o cara. Pelo contrário, esse cara é um cara expoente do metal nacional. Começou tudo praticamente no metal melódico levando o Brasil pro exterior com o Viper. Hoje o cara fez um show recentemente aí, em São Paulo com sua banda Symfonia, com 100 pagantes. 100 pagantes. Se liga né? É o Andre Matos, porra. Vai tomar no cu, 100 pagantes, se eu der uma festa de aniversário eu coloco mais do que isso. Chega a ser ridículo." (2:36~3:17)
Concordo. Cem pagantes é algo realmente medíocre para um show daquele nível. Mas a culpa não pode ser ainda "daqueles que deveriam fortalecer o cenário". Bom também reconhecer a carreira do Andre. Melhor ainda é saber que não há nada entre vocês. Mas por qual motivo deveria existir? A briga não foi entre o Empresário junto ao Bittencourt e o Loureiro? 
"A gente tá vendo a morte do metal nacional. Pra mim morreu. Hoje foi a celebração do velório do metal nacional. Uma pena ter 300 pessoas aqui, era pra ter 2 mil no mínimo. É uma pena ter 100 pessoas no Andre Matos, é uma pena ter 300~200 pagantes no show do Sepultura que nem teve em Curitiba recentemente... é uma pena. E vocês brasileiros não sabem o que estão perdendo, essa porra vai acabar. Os músicos vão parar de trabalhar, ninguém vai ter saco, ninguém vai ter dinheiro pra se sustentar continuando a fazer trabalho de bom gosto. e vocês vão reclamar que o disco vai ser uma bosta e vão ficar xingando na internet por ser uma produção barata." (3:17~4:00) 
Quanto a morte do metal nacional, eu perguntaria para o Shadowside e para algumas outras bandas cariocas como a Statik Majik e bandas curitibanas boas que estão aparecendo por aí o que eles acham. Sobre o resto, é um ponto bem válido apesar de todo o apelo emocional.
"O Brasil nunca teve mais do que duas bandas famosas de fato. Teve o Sepultura, que parou, agora ninguém fala mais porra nenhuma, só critica a formação atual.. E o Angra, que felizmente continuou e a gente cresceu pra caralho com a nova formação do Nova Era E SÓ! O Brasil tem 30 anos de heavy metal e de banda famosa o Sepultura e o Angra. Vai ficar só nessas duas, acabou? Se o Angra e o Sepultura acabar? Morreu? Vai ser tipo a Argentina que só tinha o rata Blanca. Acabou Rata Blanca e acabou? Não tem mais banda na Argentina. (4:22~4:56)
Falar que o Brasil só teve duas bandas famosas de fato é cagar no legado deixado pelo Viper do Andre Matos, que mesmo sem ele fez muito sucesso no Japão com o Pit Passarell. É também cagar no legado do  Aquaria e do Tuatha de Danann, quem além de tudo, se apresentou no Wacken Open Air, o maior festival do mundo de metal, realizado na Alemanha. Coisa que o Angra só conseguiu em 1999, na fase Andre Matos. É também ignorar o fato de que o Korzus, o Soufly, o Torture Squad e diversas outras bandas conseguiram o mesmo feito.

Quanto a não existir metal na Argentina, não conheço quase nada de Metal Argentino, mas é, também, cagar nos trabalhos que o Beto Vázquez Infinity faz.
"E os contratantes das bandas gringas botam no cu de vocês, pois cobram 100 pau e vocês pagam e vão. Cobram 200 e 300, pagam e vão. Inventam aquela merda de pista vip para ganhar mais dinheiro, os idiotas pagam e vão. Então vocês são um bando de burros do caralho. [...] É uma pena ver esses shows de banda gringa lotado. Os caras tem estrutura, tem. Os caras tem apoio, porque vocês apoiam. Se não fosse vocês apoiando vocês acham que esses caras iam vir pra cá? (5:11~6:30)
Também seria um argumento muito forte se não fosse a cabeça quente e a necessidade de ofender o público. Pista Vip é uma coisa imbecil e acho difícil alguém discordar, exceto aqueles que tem realmente dinheiro pra ficar bancando isso. 
"[...] Ai vocês vão no show do Iron Maiden, Ac/Dc, os mesmos de sempre. Bon Jovi... Guns'n'Roses.. Guns'n'Roses acabou já mudou todo mundo só tem o Axl Rose lá e lotou um estádio em São Paulo. Não dá pra entender, é legal pra caralho, tem que ter, mas tem que ter com as bandas nacionais também. As bandas são boas, são de carreira. Tem 5, 6 discos. Você não pode esquecer, virar as costas, acabou. Então era uma entrevista e virou uma declaração aqui. To triste, to chateado, quero que vocês se fodam ai, que não vão aos show. Quero que vocês morram, quero que vocês se fodam mesmo. Vocês não apoiam os seus artistas... que gastam dinheiro e tempo. Foda-se vocês todos. espero que vocês virem fã do Restart, vão aos shows do Restart. E é isso ai." (7:30~8:30)
"E eu vou voar pra algum lugar com você, com você..Pra te encontrar, te dizer.." Brincadeiras à parte. Novamente a questão dos shows e não acredito que tenha alguém virando as costas para alguma banda a menos que esta esteja fazendo merda.

Bem, escrevi muito mais do que deveria, e se você leu até aqui, obrigado mesmo, você é um verdadeiro Viking. Como eu disse já, concordo com alguns pontos e outros seriam melhorados se não fosse a cabeça quente e o jeito como ele falou. Passado essa entrevista, rolou no Estúdio da Rolling Stones um video onde ele confirma como uma declaração explosiva/emocionada, pediu desculpas para quem se sentiu ofendido, e pela maneira como falou, apesar de manter o contexto em que as coisas acontecem daquele jeito.

Eu realmente já escrevi muito, quem quiser assistir o vídeo na Rolling Stones, ficará ai embaixo. Tire suas próprias conclusões =)

Só vou levantar um ponto do vídeo, que é quando ele fala que "Cantar em inglês é questão de estética" e isso é uma mentira absurda. Cantar em inglês é o necessário para vender pra um mercado consumidor maior, ou seja, o mundo inteiro, se comparado a cantar em português, que você não conseguiria competir no mercado com a mesma força. Talvez vender em Portugal/Cabo Verde.......

(Não corrigi nada, se alguém achar um erro, me avisa.)

Vlogers - uma raça de formadores de opinião

Esse post não é direcionado para você (então não se ofenda) que eventualmente assiste e gosta de canais de vlog, eu assisto alguns. É direcionado para aqueles que assistem e engolem tudo o que eles falam como uma verdade absoluta só pelo fato dele não ser um 'Global' ou ser apenas 'um sujeito como eu' ou falar diversos palavrões.

Eu não tenho tempo e condições de assistir novamente alguns videos para ir postando todas as baboseiras que eu já ouvi em canais como o do Felipe Neto, PC Siqueira entre outros... mas já que esses são os mais populares, vamos lá.

É algo realmente complicado quando começamos a criar formadores de opinião com conhecimento de Ensino Médio e mentalidade de Fundamental. Eles acham que se destacam da massa por terem algumas opiniões contrárias, ou simplesmente por falar mal da Globo e de modinhas que a 'massa' gosta. Esses criados formadores de opinião supracitados, ao meu ver, não tem moral alguma para se distinguir da 'Coletividade Borg': do pensamento geral.

Sem mais citações de Jornada nas Estrelas, é notável o modo da escolha de assunto que eles utilizam, até pelo retorno em views que deveria dar, mas também é notável ver que suas opiniões são fundamentadas também por seus pagantes. Sim, eu disse pagantes. Não ache que só pelo fato deles postarem videos na internet não rola patrocínios e pagamentos, ou você nunca viu o Felipe Neto em um comercial? Então, se rola esse filtro de conhecimento, qual seria então a diferença entre Eles e uma emissora como a Globo? Acredito que seja apenas aqueles que pagam. (Ou você acredita que o F.N. fazendo propaganda/recebendo dinheiro da WiseUp resolveria falar mal da empresa do mesmo jeito que fez com tantas outras coisas?)

Preste atenção: eu não disse que você não deve assistir isso. Sou sempre a favor aqui de ver/ouvir/ler sobre qualquer coisa, só é necessário manter a sua visão crítica. Não é pelo fato de um fulano ter dito qualquer coisa que aquilo se torna uma verdade e você deve seguir.. nem se esse PC Siqueira da vida ser 'um sujeito como eu'.



Apenas para completar esse assunto, acho que uma coisa é fazer humor, outra coisa é colocar sua opinião (por mais imbecil que seja) e uma terceira é falar qualquer assunto polêmico e somar uma pitada de humor (palavrões). Com certeza Felipe Neto, PC Siqueira e quem segue os moldes estariam de fora da República de Platão. Já pessoas que fazem aquele velho humor escrachado, como é o caso do Canal do Away - que não tenta te inserir um ponto de vista e fala mal por falar mesmo - ainda é um trabalho digno e que eu gosto bastante já que faz o que propõe: Te fazer rir.

Como eu disse, eu também assisto vlogs. Alguns canais me chamam atenção como o Eu,Ateu e o canal do Dâniel Fraga. Quanto ao primeiro, não compartilho de suas crenças, mas não é por isso que vou deixar de ver sua opinião, principalmente quanto à qualidade dos videos que falam não só de religião, mas também de Homeopatia, homossexualidade e por aí vai. 

É notável a diferença de um Felipe Neto para um Yuri Grecco (Eu,Ateu)/ Dâniel Fraga. Talvez pelo Yuri ser formado em Biologia e dar aulas, enquanto o outro é apenas um qualquer com uma câmera e uma cabeça de Ensino Fundamental. Quanto ao Dâniel Fraga não tenho conhecimento sobre suas formações.

Ficou parecendo que eu defendo algum tipo de Meritocracia, mas não é bem assim. Acredito em conversar de igual pra igual seja com um mendigo, ou um gari, ou qualquer profissional que não seja reconhecido pela sociedade. Mas o caso é que se você quer expor sua opinião para diversas pessoas, é bom de vez em quando argumentar e não falar qualquer abobrinha. É isso o que quero dizer quando me refiro a qualidade dos vídeos. 

..."E é isso, se você gostou clique em curtir aqui embaixo, siga o blog pelo Facebook ali do lado e no vídeo da semana que vem eu vou falar sobre qualquer baboseira que tenha aparecido na MTV"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A falta do Ensino de Música em Escolas Públicas e Privadas

Enquanto diversos deputados e governadores lutam para re-colocar o Ensino Religioso na grade dos colégios públicos (e andam conseguindo fazer), aparentemente o Ensino da Teoria Musical ou de algum instrumento não é importante para entrar na pauta dos congressistas.

Antes de qualquer coisa, devo deixar claro: Não tenho nada contra o Ensino Religioso em uma escola, desde que não seja obrigatório (eu fui obrigado a fazer desde o Ensino Fundamental até o fim do Médio) e desde que mudem os parâmetros de "Ensino Religioso" para "Ensino da História das Religiões". E que não abordem simplesmente uma única religião, e sim as histórias, cultos e crenças de todas elas. O Estado é laico e não pode beneficiar apenas uma religião ou a mais forte delas.

E quanto ao ensino de Teoria Musical? A verdade é que ninguém se importa. Não vejo muita gente lutando por isso, e olha que existe alguns músicos na bancada do congresso. Acho que isso não é rentável pra eles... deve ser difícil lucrar desviando dinheiro de flautas, harmônicas e cadernos. Ou isso ou eles são tão éticos quanto à sua profissão que preferem desviar dinheiro das merendas escolares do que de instrumentos musicais que se quer existem. Os benefícios de estudar música são muitos. Qualquer cinco minutos que você gaste no Google você vai achar pesquisas acadêmicas dizendo que o estudo de um instrumento auxilia e melhora o desempenho em outras matérias. Mas 'What'a hell?' Precisamos ensinar Religião, é a prioridade.

E já que os colégios não ajudam, ai vem a dificuldade: E aqueles outsiders que gostariam de estudar música e o seu colégio não tem um programa do tipo? Sobra pra conseguir um professor particular. Aulas a no mínimo 100 reais por 1 vez na semana, torna-se inviável para alguns conseguirem estudar, considerando o salário mínimo atual brasileiro, esses 100 reais faz muita falta. Quanto a um Conservatório pode esquecer, considerando que alguns ultrapassam o valor de 450 reais mensais para ensinar algo que a escola deveria ser obrigada a fazer, eu vejo isso como um gasto absurdo, e, que está fora da minha realidade bem como a de diversas outras famílias no Br.

"Quem quer aprender um instrumento aprende sozinho se tiver vontade mesmo"

Essa é uma premissa tão imbecil apesar de ter um pingo de verdade nela. Sim, é verdade: quem quiser aprender mesmo aprende sozinho. Só que o mesmo vale para História, Biologia, Química, Física e Ensino Religioso e etc. Quem quiser, vai atrás. Mas bem como todo mundo sabe disso, todo mundo sabe também que ter um professor explicando alguma coisa é a maneira mais fácil de aprender. 


Sem falar que aprender a tocar um instrumento sozinho gera algumas manias que, posteriormente serão muito difíceis de corrigir. No teclado, ao menos, é notável numa pessoa que aprendeu sozinho os seus erros com a postura na hora de fazer acordes ou escalas. 

Por sorte, há algumas cidades que mantêm para seus moradores um conservatório sustentado pela própria Prefeitura, com professores realmente interessados em ensinar. Para aqueles que não tem condições de pagar seus próprios professores particulares, é o jeito viável.... E, enquanto isso, torcer para que as Escolas e os Congressistas se preocupem mais com esse tópico.

Ps: Obviamente não são todas as escolas que excluem música da sua grade, mas infelizmente essas são as minorias. Algumas até mantêm bandas próprias para alunos que já possuem o conhecimento, apesar de não oferecerem o ensino.



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Apresentando: Braia - banda do ex-vocalista do Tuatha de Danann

"BEM VINDO AO MUNDO ONDE SE PODE SONHAR..."


Essa é a chamada do site do projeto do multi-instrumentista/mestre em literatura Bruno Maia, ex-Tuatha de Danann, intitulado: Braia.

Começou como um projeto paralelo do Bruno na época do Tuatha, com músicas que - segundo ele - não se encaixavam na atmosfera da banda. Músicas acústicas, com muita influência celta e mineira, letras em português e literariamente influenciadas por pessoas de peso como Joyce, Yeats, Nietzsche e Guimarães Rosa.  


O debut álbum "Braia ...E o mundo de lá" veio em Novembro de 2007, data de lançamento no Brasil e posteriormente lançado na Europa pela Underclass Records (com um belíssimo cover, diga-se de passagem).

Posteriormente foi a vez de lançar o DVD ao Vivo, gravado em 3 de novembro de 2009 no Teatro Marista em Varginha/MG. Contando com uma introdução da fortíssima uilleann pipe do carioca Alex Navar e a inédita música "Lorac, mo chroí".

Entre as vocalistas do álbum estão a já conhecida da época do Tuatha, Isabel Tavares, e a revelação do album, a soprano de Varginha, Fernanda Ohara, que se mostra novamente no Dvd com uma voz lírica e agudos de arrepiar.

Fica aí o clipe oficial para quem quiser conhecer a banda:



Sláinte!

Stop and Hear de Music - Beleza depende de contexto


Há uma deficiência em nossa formação, que nos faz depender de um contexto para gostar ou não de uma coisa. Obviamente nem sempre isso acontece, nem com todos e poucas vezes é perceptível. Mas o jornal americano Washington Post achou uma dessas falhas.

Essa era uma notícia de 2007, só que me deu vontade de escrever após, recentemente, virar um viral no Facebook. Não vou me dar o trabalho de postar aqui o texto que lá se encontrava, pois ele era bem mentiroso e bem fantasiado, obviamente e perceptivelmente feito para sensibilizar as pessoas... como virais devem ser.

Para quem não tem muito interesse em música clássica, vou falar bem rápido sobre o artista do vídeo: Joshua Bell.


Joshua é um violinista respeitado, que lota espetáculos onde os lugares mais baratos giram em torno de 100usd e os mais caros por volta de 1000. Criança prodígio, começou a tocar violino aos 4 anos, em 1985 apresentava-se em sua estréia no Carnegie Hall com a Orquestra Sinfônica de Saint Louis. Aos catorze anos já era solista da Orquestra de Filadélfia. Seu instrumento é um Stradivarius avaliado em 3.5 milhões de dólares que não precisa de apresentações...

Convidado pelo Washington Post para tocar por 45 minutos no metrô, como um completo anônimo, aceitou o desafio, e o resultado dá pra ver no vídeo de início. Poucas pessoas pararam, uma reconheceu, e despertou o interesse de uma criança. Acho isso pouco para aqueles mais de mil que lotam uma casa de show e pagam o preço para vê-lo tocar. E nesses 45 minutos, arrecadou apenas 32 dólares...
Para Bell, o valor é até bom: "Não é tão mal assim, pensando bem. São 40usd por hora. Eu poderia fazer uma vida okay desse jeito, e eu não teria que pagar um agente". Um humilde otimista. Os outros depoimentos que fizeram parte da experiência, estão em inglês e não faria muito sentido eu traduzir a postagem inteira, além de grande, ninguém gostaria de ler, mas em todo caso deixarei nas referências ao final da postagem.

O ponto é: Beleza depende de contexto. É necessário uma moldura para um quadro bonito. Entre os mais de mil e duzentas pessoas que passaram pelo metrô aquele dia, poucos deram a mínima para um violinista do calibre do Joshua, e alguns desses, talvez, são aqueles que pagariam o ingresso para assisti-lo em um teatro.      


A curiosidade veio quando eu descobri que o Fantástico fez o mesmo no Brasil, com o Bernardo Bessler, um dos gigantes violinistas do nosso país:



As respostas são as que você já imagina: "Nem olhei", "Vou almoçar agora", "Estou com pressa"... em ambos os casos da pra ver que poucos são aqueles que se importam. Mas acho que a citação de uma única alma salva o dia: "A gente passa por essa cidade maluca aí todo o dia e as vezes não percebe certos detalhes". 

Nas duas horas que Bessler ficou tocando, em frente ao teatro onde sempre é a estrela, apenas 22 pessoas pararam para prestar um pouco de atenção no artista, e nessas duas horas conseguiu 6 reais apenas.

Ao final do vídeo escuta-se o apresentador falando que "A Pressa é inimiga da arte". É notável, bem como é notável a falta do contexto para compreender a beleza de uma música. Também a falta de conhecimento do povo brasileiro no âmbito musical (culpa também das escolas por não incentivarem o ensino de um instrumento ou teoria musical em sua grade curricular). Meu argumento é simples: Coloca um Luan Santana / Michel Teló na rua tocando, atrairá multidões (independentemente da pressa do sujeito). É triste mas é verdade. Joshuas Bells e Bernardos Besslers continuarão anônimos enquanto não tocarem músicas de 4 acordes no Programa do Faustão ou no Caldeirão do Huck.. Programa da Hebe.... etc. 

Referências: (1)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...