Pizzicato Store

All the world will look at me... And hold his breath too hear my speech

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Segundo o Globo, Rio de Janeiro tem os ingressos mais caros do mundo

Matéria que saiu no Globo esse mês, vale a pena dar uma lida:



OGLOBO - RIO - No próximo domingo, quando o descabelado Bob Dylan subir ao palco do Citibank Hall, no Rio de Janeiro, para dar voz a sucessos como “Like a Rolling Stone”, estará diante da plateia que mais dinheiro desembolsou em todo o mundo para vê-lo cantar neste semestre. E, nesta comparação, entram nada menos do que os 26 shows que o roqueiro americano fará em dois continentes até o dia 22 de julho — uma turnê para comemorar os 50 anos de sua lendária carreira.

Para participar da festa que Dylan fará em solo carioca no dia 15, o fã carioca precisa dispôr de pelo menos R$ 500 — o valor da entrada inteira mais barata oferecida pela casa de espetáculos da Barra da Tijuca, uma cadeira lateral. Esse preço, no entanto, é mais do que o dobro do que é cobrado dos fãs de Dylan em Brasília (R$ 240 para vê-lo no Ginásio Nilson Nelson no dia 17) e quase três vezes mais do que se paga em São Paulo (R$ 150 para vê-lo no Credicard Hall, dia 21).

A comparação do preço das entradas fica ainda mais dolorosa para o bolso do carioca quando ampliada para o cenário mundial. Da Áustria à Argentina, ninguém paga mais do que o Rio para ver Bob Dylan no palco. Em Salzburg, o roqueiro canta no dia 7 de julho pelo equivalente a R$ 217. Em Berlim, em 2 de julho, por R$ 134. Aqui pertinho, em Santiago do Chile, há entradas para ver a mesmíssima turnê pelo equivalente a R$ 97 e, em Buenos Aires, por apenas R$ 83 (no câmbio de sexta-feira).

Engana-se, porém, quem pensa que o problema é Bob Dylan. A turnê que a dupla sueca Roxette faz no Brasil no mês que vem também pesa mais no bolso dos cariocas do que nos dos paulistanos e portenhos. A entrada mais barata para ver a dupla no Rio — no dia 12, no Citibank Hall — custa R$ 150. No Credicard Hall de São Paulo, 48 horas antes, sai por R$ 70, e, em Buenos Aires, em 24 de abril, R$ 62.

Com os ingleses do Duran Duran, a cena se repete. Para o show do dia 30, no Rio — mais uma vez no Citibank Hall —, a entrada mais em conta vale R$ 180. Na capital paulista, em 2 de maio, R$ 130, e, em Buenos Aires, três dias depois, o equivalente a R$ 66.

Especialistas ouvidos pelo GLOBO concluem que é assim que respinga na cultura os títulos que o Rio ostenta hoje em dia: o de ser a segunda cidade mais cara das Américas (segundo a consultoria britânica ECA International) e a 12 do mundo (de acordo com pesquisa feita pela consultoria Mercer). É o preço — alto — de ser o coração artístico e cultural de um país em expansão.

— O Brasil é hoje um dos maiores mercados consumidores de shows no mundo — diz Pedro Seiler, um dos fundadores do sistema de crowdfundig Queremos. — Quando o empresário ou o agente de um músico internacional vê a oportunidade de fazer um show por aqui, aumentam na hora o valor dos cachês.
Leonardo Ganem, diretor-geral da Geo Eventos, empresa responsável pela primeira edição do festival Lollapalooza no Brasil, chama a atenção para um segundo motivo:
— A competição entre as produtoras brasileiras anda acirradíssima. Para trazer o Foo Fighters ao Lollapalooza neste fim de semana, por exemplo, disputamos com outras duas empresas por uns três meses. Foram quatro idas e vindas de propostas, e o preço final do cachê da banda acabou duas vezes maior do que o original. É claro que isso influencia no valor da entrada, certo? E, não que eu esteja propondo isso, mas está aí um cartel que seria bem útil para o público (risos). Com práticas menos canibais entre os produtores brasileiros, os cachês internacionais seriam menores, e as entradas, também.

O ingresso do festival Lollapalooza, que reuniu 50 bandas em São Paulo no fim de semana, custou, aliás, R$ 300. Na edição chilena, que aconteceu no início deste mês com 62 bandas, a entrada valia o equivalente a R$ 170.

— Mas o Chile é do tamanho de Campinas! — defende Ganem. — Aqui tem mais gente querendo ingresso, e as curvas da oferta e da demanda se cruzam muito acima.
O produtor Bernardo Amaral, que atua como booker da HSBC Arena, na Barra da Tijuca, vai na mesma direção:
— Oito em cada dez shows que fazemos aqui tem bilheteria esgotada. Tem gente pagando para ver esses shows no Rio — ressalta.

Para Amaral, o “grande problema” da cidade é o amplo uso da meia entrada. Segundo o produtor, é ele que faz com que o ticket médio — valor usado pelas produtoras de shows para calcular o preço dos ingressos — suba, elevando consigo o valor da entrada.

— Enquanto em São Paulo a meia entrada representa entre 30% e 40% das bilheterias, no Rio, pode oscilar perto de 70%. No show do Green Day na cidade, 65% das entradas foram meia. Em São Paulo, rondou os 30%. No caso da Amy Winehouse, foram 71% versus 30%. É claro que isso afeta o valor cobrado.
Em miúdos, a lógica da meia entrada no Rio é a seguinte: quem paga o valor cheio da entrada inteira paga bem mais pelo ingresso pois a maioria esmagadora do público carioca certamente vai usufruir de descontos de até 50%.

Um terceiro motivo para o Rio ter se descolado do resto do país (e do mundo) no quesito preço de entrada de show internacional tem a ver com o baixo número de prestadores de serviço atuando na cidade, acrescenta o produtor Tuca Pedreira, que trouxe Ben Harper e Dave Matthews Band ao país recentemente.
— O Rio tem muito menos opções de fornecedores do que São Paulo, logo há menos concorrência — lembra. — Fora isso, há menos hotéis disponíveis no Rio no fim de semana, e eles são mais caros. As permutas são mais difíceis. Por último, está o fato de que as principais empresas de som estão em São Paulo e, às vezes, é preciso deslocar equipamentos.

Pedreira ainda enxerga mais uma possível razção para o ingresso de show no Rio estar mais caro: historicamente, a cidade tem “um mercado menor e mais instável”.
— Em shows grandes, não se vê isso porque eles lotam em qualquer lutar. Mas, em shows médios, a expectativa de público e o público efetivo é sempre maior em São Paulo, logo o risco que o produtor corre por lá é bem menor.

O produtor independente tem, porém uma visão otimista. Acredita (e defende) que a alta dos preços não veio para ficar.
— Há muito pouco tempo, a cidade reclamava de não receber shows. Agora entrou na rota e está vivendo um momento aquecido. À medida que isso se estabilizar, o risco dos produtores vai cair e será possível ter mais certezas quanto ao público carioca. Quando isso acontecer, os valores das entradas deverão cair.

Um comentário:

  1. eu tenho os meus motivos pra não ir em shows. porem eu apoio o metal de outra forma, comprando os cds originais sempre que é possível.

    o problema dos shows são vários e é dificil citar tudo. eu poderia dividir entre os problemas dos shows undergrounds e os problemas dos shows mainstrains/medio porte.

    uma coisa ruim em tudo que é show, é que o som ao vivo sempre é uma porcaria, o som só é bom qunado é gravado em diferentes canais, no estudio.

    problemas de shows undergruond:

    1 - moshers do hardcore vão pra shows moshar e causar confusão
    2 - bebados que enchem a cara e começam a se jogar em cima dos outros, isso aconteceu no show do HORNA em 2011 aqui no rio, e um conhecido meu deu alguns socos no cara
    3 - show é vida social, ou seja, no meio underground, sempre tem gangues violentas, um cara sozinho acaba sendo alvo de violencia vinda de grupos de machos alfas do local.

    problemas dos shows grandes são os preços altos dos ingressos. e se for de medio porte muitas vezes tem os mesmos problemas dos shows undergronds, porem com preços altos.

    a maior parte do metal é um tipo de som solitário e misantropico, então pra mim só mais a experiencia de viajar pra um lugar frio, andar num parque, cemiterio etc curtindo um metal obscuro e frio ja vale muito mais a pena do que ir pra um show.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...